O Conexão Jovem 2025 encerrou mais uma edição em Apucarana consolidado como laboratório de inovação e leitura da cidade pela ótica dos estudantes. Ao longo do ano, o programa – conduzido com a metodologia IdeiAção, desenvolvida pelo Sebrae – envolveu 410 alunos, 74 equipes, 43 mentores e 112 horas de trilhas e mentorias, mobilizando 14 escolas públicas do município. Desde a criação, mais de mil jovens já participaram das atividades, o que faz do projeto uma das principais portas de entrada para o empreendedorismo na educação básica local.
Na fase final, realizada nesta segunda-feira, 10 escolas se enfrentaram em uma disputa direta de pitches. As escolas Cerávolo e Heitor Furtado dividiram o primeiro lugar, com propostas que conectam conhecimento técnico, impacto comunitário e execução consistente. O segundo lugar ficou com o Colégio Polivalente, com soluções ligadas à educação híbrida, gamificação e leitura aplicada ao mundo do trabalho. Já o terceiro lugar foi compartilhado pelos colégios Anchieta e Francisco de Souza, que apresentaram projetos focados em sustentabilidade e uso de plataformas de denúncia urbana para cuidado coletivo.
Para o consultor do Sebrae/PR, Tiago Cunha, o diferencial do Conexão Jovem está no método e no protagonismo estudantil. “Os jovens não só têm ideias; eles aprendem a organizar essas ideias em etapas: entender o problema, mapear quem é afetado, prototipar soluções e apresentá-las com clareza. Isso aproxima a escola do mundo real e mostra que inovação não é privilégio de grandes empresas, mas pode nascer dentro da sala de aula, com apoio dos professores e mentores”, afirma.
Presidente do Conecta Apucarana, Wanderlei Faganello destaca o impacto acumulado do programa na cidade. “Chegamos à quinta edição com mais de mil alunos atendidos e um número crescente de escolas engajadas. Cada turma que passa pelo Conexão Jovem leva consigo a semente da inovação e do compromisso com a comunidade. Estamos formando uma geração que olha para os desafios de Apucarana – na educação, na renda, na sustentabilidade – e reage com propostas concretas, e não com indiferença”, avalia.
Os projetos apresentados pelos estudantes dialogam com dados que revelam tensões locais: indicadores de educação e renda abaixo da média estadual e desafios como insegurança alimentar e baixa arborização em bairros periféricos. Ao propor mais áreas verdes, melhor acesso a alimentos frescos, soluções para saúde e ensino conectado à realidade, as equipes traduzem números em ações. Para os organizadores, o recado é claro: quando a juventude recebe método, escuta e palco, a cidade inteira ganha fôlego para se reinventar.